De poucos à multidão (18/02/2015)
No verão de 2012, na sequência do despedimento dalguns operários duma fábrica grega, a coesão dos colegas manifestou-se de forma uníssona: greve de todos os trabalhadores. A acesa reação hormonal tinha um senão: havia bocas para alimentar e compromissos para gerir em nome da subsistência. Nada que uma imediata resposta impetuosa dos colegas doutras fábricas não resolvesse. Pensamento de sublime elevação. A vida – ainda mais em tempo de crise profunda e desesperante – é uma roleta, e a desdita pode calhar a qualquer um.
Aos operários despedidos
Nada vale a explicação
Os demais todos unidos
Foi a greve a solução
Com despesas para pagar
Elevaram-se os sentidos
Houve os braços que juntar
Aos operários despedidos
De poucos a muitos dói
Dos muitos à multidão
Coragem dum povo herói
Nada vale a explicação
Uma fábrica parada
Logo apoios dirigidos
Uns em luta afirmada
Os demais todos unidos
«Hoje és tu; eu amanhã»
Força helénica em ação
Voz olímpica e sã
Foi a greve a solução
Se foi assim na Grécia – de poucos à multidão, entre o pecado e a honra – em 2012, não se espera que agora a unidade popular seja substancialmente diferente… para o bem e para o mal. Não se trata duma questão racional; é antes hormonal. No mundo terreno importa o apoio da razão; mas quando se entra no submundo nada há a perder, porquanto qualquer (in)existência de razão será transformada em matéria esquecida e irreconhecível.
Aos operários despedidos
Nada vale a explicação
Os demais todos unidos
Foi a greve a solução
Com despesas para pagar
Elevaram-se os sentidos
Houve os braços que juntar
Aos operários despedidos
De poucos a muitos dói
Dos muitos à multidão
Coragem dum povo herói
Nada vale a explicação
Uma fábrica parada
Logo apoios dirigidos
Uns em luta afirmada
Os demais todos unidos
«Hoje és tu; eu amanhã»
Força helénica em ação
Voz olímpica e sã
Foi a greve a solução
Se foi assim na Grécia – de poucos à multidão, entre o pecado e a honra – em 2012, não se espera que agora a unidade popular seja substancialmente diferente… para o bem e para o mal. Não se trata duma questão racional; é antes hormonal. No mundo terreno importa o apoio da razão; mas quando se entra no submundo nada há a perder, porquanto qualquer (in)existência de razão será transformada em matéria esquecida e irreconhecível.
