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terça-feira, 30 de junho de 2020

De poucos à multidão

De poucos à multidão (18/02/2015)


No verão de 2012, na sequência do despedimento dalguns operários duma fábrica grega, a coesão dos colegas manifestou-se de forma uníssona: greve de todos os trabalhadores. A acesa reação hormonal tinha um senão: havia bocas para alimentar e compromissos para gerir em nome da subsistência. Nada que uma imediata resposta impetuosa dos colegas doutras fábricas não resolvesse. Pensamento de sublime elevação. A vida – ainda mais em tempo de crise profunda e desesperante – é uma roleta, e a desdita pode calhar a qualquer um.


     Aos operários despedidos

     Nada vale a explicação
     Os demais todos unidos
     Foi a greve a solução

     Com despesas para pagar
     Elevaram-se os sentidos
     Houve os braços que juntar
     Aos operários despedidos

     De poucos a muitos dói
     Dos muitos à multidão
     Coragem dum povo herói
     Nada vale a explicação

     Uma fábrica parada
     Logo apoios dirigidos
     Uns em luta afirmada
     Os demais todos unidos

     «Hoje és tu; eu amanhã»
     Força helénica em ação
     Voz olímpica e sã
     Foi a greve a solução


Se foi assim na Grécia – de poucos à multidão, entre o pecado e a honra – em 2012, não se espera que agora a unidade popular seja substancialmente diferente… para o bem e para o mal. Não se trata duma questão racional; é antes hormonal. No mundo terreno importa o apoio da razão; mas quando se entra no submundo nada há a perder, porquanto qualquer (in)existência de razão será transformada em matéria esquecida e irreconhecível.

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